Deputados vão Exigir que Concer dê Manutenção à atual Pista de Subida

[Tribuna de Petrópolis – 18/12/2013]

O deputado Bernardo Rossi presidiu a reunião da comissão, ao lado do líder do PSDB, deputado Luiz Paulo. / Foto: Divulgação

Duas frentes de trabalho paralelas foram formadas pela Comissão Especial instituída pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) para fiscalizar as obras da nova pista de subida da serra. Uma vai tratar diretamente da execução da obra dos novos 20 quilômetros entre Rio e Petrópolis, e a segunda vai cobrar a manutenção emergencial das pistas atuais de subida e descida da serra.

A falta de transparência nos dois processos ficou evidente na audiência pública promovida na Alerj nesta terça-feira (17.12). A Concer, empresa que administra a via, e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a quem cabe a fiscalização da concessão, não apresentaram o projeto completo de execução da nova via, nem o aditivo contratual que pode garantir recursos do governo federal.  A Agência também foi evasiva em prestar contas da fiscalização do contrato das pistas atuais em manutenção e aplicação de melhorias.

Da ANTT, será cobrado ainda um estudo de impacto urbano que a nova pista irá provocar em Petrópolis, previsto com encurtamento de distância com a capital, explosão imobiliária e ainda mudança do acesso principal ao município, que será transferido para o Bingen. Também ficou estabelecido que a concessionária vai receber, esclarecer e determinar prazos em área possível de desocupação, diretamente com as 30 famílias da Rua Luiz Winter, no Bingen, local que vai ser cruzado por um viaduto.

“É evidente a falta de transparência em todos os processos, desde a manutenção da estrada atual à construção da nova e o relacionamento da empresa com a cidade, com os moradores. Essa fase, que inclui a negligência da ANTT, a quem cabe a fiscalização, está encerrada. Só vamos admitir daqui para a frente transparência, objetividade e compromisso”, afirma o deputado estadual Bernardo Rossi (PMDB), presidente da comissão que conduziu a audiência realizada no Palácio Tiradentes.
Tendo à frente o deputado Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB), engenheiro de formação, a Comissão vai instituir um grupo técnico para fazer um diagnóstico dos pontos críticos das pistas atuais. O estudo vai ser comparado com o que a ANTT vai apresentar formalmente à comissão, prevendo reparos emergenciais e um plano de melhorias, principalmente da pista de subida da serra pelos próximos três anos, prazo para que a nova via de acesso a Petrópolis fique pronta.

“Petrópolis não pode esperar três anos por uma nova estrada, sendo prejudicada em sua economia e na segurança dos usuários. As obras emergenciais precisam ser feitas de imediato”, defende Luiz Paulo, relator da comissão. “A ANTT precisa fazer uma séria intervenção na situação atual e na construção da nova estrada, apresentando o estudo de crescimento de tráfego e o prazo de saturação da nova obra”, afirma Átila Nunes (PSL), membro da comissão.

Concer foi beneficiada pela ANTT em 11 revisões

O aporte do governo federal, na ordem de R$ 700 milhões – o custo total da obra ultrapassa R$ 1 bilhão –, não está acertado formalmente, assim como não ficou clara a alteração no cronograma das obras da nova pista, divididas em cinco etapas, mas que foram iniciadas simultaneamente, quase na totalidade. O licenciamento ambiental que não analisou a existência de um aquífero, como será a conservação da atual pista de subida, que pode ser transformada em uma “estrada-parque”, e os prazos da obra também são questões obscuras.

“O que existe hoje no site da empresa, que ela apresenta como projeto, é apenas uma simulação em vídeo do que será a nova estrada. Queremos o projeto na íntegra”, defende Luiz Paulo. Em 17 anos, o contrato de concessão foi revisto 11 vezes e em todas a ANTT suprimiu obrigações que a concessionária deveria executar. A agência vai ter de mandar cumprir melhorias, manutenção e itens indispensáveis como iluminação. É o que estamos exigindo”, completou Bernardo Rossi.

Participaram da audiência representantes da sociedade como Renato Silva, da Frente Pró-Petrópolis, de entidades de classe como Marcelo Portela, da OAB-Petrópolis, e Isac de Oliveira, da Associação Fluminense de Transporte de Cargas. Delmo Pinho, subsecretário estadual de Transportes, também esteve presente, assim como empresários como Maria Inês Fontaine, da Casa do Alemão.

Mudanças nos acessos é preocupação

A transferência do Quitandinha para o Bingen como principal entrada da cidade foi uma das preocupações dos vereadores Maurinho Branco (SDD), Roni Medeiros (PTB) e Silmar Fortes (PMDB), que representaram o Legislativo petropolitano na audiência. “A duplicação do Bingen já é obsoleta e não comportaria um tráfego vindo de uma autoestrada”, considera Maurinho. Para Roni, o comércio e indústria do Quitandinha estão apreensivos: “Só agora começa a ficar claro que haverá consequências econômicas que podem ser negativas”, pondera. Para Silmar Fortes, a desocupação de imóveis residenciais no Bingen precisa ser resolvida logo. “Não há como essas famílias viverem em compasso de espera”.

Os vereadores cobraram ainda a instituição de uma comissão tripartite formada por agentes públicos, privados e representantes da sociedade que pode definir a atuação da Concer. Há seis meses, a empresa se comprometeu a estabelecer o organismo que até agora não saiu do papel. A comissão chega com 17 anos de atraso porque também faz parte das cláusulas contratuais de exploração da rodovia. “Urgente a comissão que pode concentrar todas as discussões e tem poder de decisão sobre a concessão”, defende Jorge Lisboa, presidente da Associação dos Caminhoneiros do Brasil.

Moradores do Bingen foram representados pelo casal Josiane e Bruno Batista e por Aline Severino. E até mesmo para eles, que podem ser removidos de suas casas, a Concer não tem uma definição. “Pedimos mais paciência das famílias. O projeto está sendo alterado”, admitiu Alcimar Penna, gerente de engenharia da Concer.

Plano Nacional de Gestão de Risco de Petrópolis: Faltam Informações sobre Número de Pessoas em Risco, de Moradias em Risco e Setores em Risco

As informações detalhadas sobre o Plano Nacional de Gestão de Risco e Resposta a Desastres Naturais e a execução das metas estão no Observatório das Chuvas, no endereço  http://www.brasil.gov.br/observatoriodaschuvas/index.html.

Em relação a Petrópolis consta que o mapeamento de risco foi concluído, mas está “sem informações” nos itens número de pessoas em risco, de moradias em risco e setores em risco.

No quesito ações reestruturantes, informa cinco empreendimentos, todos sob a responsabilidade do Ministério das Cidades, totalizando mais de R$ 279 milhões (R$ 279.553.510,49).

  • O primeiro é a elaboração/revisão de Plano Municipal de Redução de Riscos em Encostas, cujo projeto estaria em fase de licitação. O valor do empreendimento é de R$ 250 mil.
  • O empreendimento dois é para a elaboração do projeto de estabilização de encostas, também em licitação e sobre a responsabilidade do mesmo ministério. O valor total é de R$ 805 mil, mas apenas R$ 40.250,00 teriam sido liberados, informa o site.
  • O terceiro é a drenagem urbana nas bacias dos rios Cuiabá, Santo Antônio e Carvão, sendo classificado o projeto como manejo de águas pluviais. O valor é de R$ 75.798.510,49.
  • O número quatro também tem a mesma classificação, mas é para recuperação do túnel do Palatinato, construção de galeria entre o canal do Centro e o Rio Piabanha e implantação de parques fluviais no Rio Piabanha. Segundo o site está em fase de contratação, no valor de R$ 142,500.000,00.
  • O último é de obras de contenção de encostas, com intervenção em setores de risco alto e muito alto. Está em fase de ação preparatória e o valor do empreendimento é de R$ 60.200.000,00.

Fonte: http://www.diariodepetropolis.com.br/integra.aspx?e=16669&c=00025

Da Reunião com a NovAmosanta ao Gerenciamento da União e Indústria pelo Município

Uma reunião entre o prefeito Rubens Bomtempo e o engenheiro Celso Crespo, do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), prevista para acontecer nesta sexta-feira, deve definir a forma como o gerenciamento da Estrada União e Indústria vai passar para a Prefeitura. Independente da forma, o certo até o momento é que o DNIT tem R$ 60 milhões para investir na Estrada, o que pode ser feito diretamente ou por meio de repasse de recursos para que a administração municipal faça as obras de melhorias.

A indecisão sobre quem é o responsável pelas obras na Estrada União e Indústria já dura há vários anos e foi motivo de ações pelo Ministério Público Federal, onde o DNIT foi condenado a realizar as melhorias. Em 2010, chegou a realizar algumas obras por decisão judicial, num investimento de R$ 2,65 milhões, entre os quilômetros 58 e 84, que vai do Retiro a Pedro do Rio. Neste trecho foram realizados obras de pavimentação, instalação de meio-fio, construção de muro de gabião, drenagem da pista, serviços de tapa buracos e outros.

O presidente da Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana da Câmara Municipal, vereador Maurinho Branco (SDD) espera que saia uma solução e acredita no interesse do prefeito em assumir o gerenciamento da Estrada por sua importância para área urbana dos distritos. Assim como ele, os demais vereadores que moram nos distritos denunciam o péssimo estado da União e Indústria em vários trechos, colocando em risco a vida de milhares de petropolitanos e quem passa pela região dos distritos usando a esta via.

A notícia sobre o investimento de R$ 60 milhões do Governo Federal e a falta de interesse do DNIT desde a inauguração da BR-040 surgiu numa reunião promovida pela ong NovAmosanta, onde o engenheiro Celso Crespo falou do interesse em passar o gerenciamento para Prefeitura.

Na reunião, o representante do DNIT disse que a União e Indústria é hoje uma via que atende os interesses da municipalidade e ao longo dos anos transformou-se numa via com todas as características urbanas.