No Bairro Quarteirão Italiano, em Petrópolis, um Projeto Habitacional da Prefeitura também põe em risco espécies em extinção, nascentes, e a própria Mata Atlântica

[correspondência recebida da Associação dos Moradores do Bairro Quarteirão Italiano (AMBQI) ]

Prezado Sr. Fernando, boa noite:

A fauna e flora da Mata Atlântica, na Região Serrana do Rio, estão seriamente ameaçadas pela expansão das ocupações irregulares e da especulação imobiliária.

No bairro Quarteirão Italiano, em Petrópolis, um projeto habitacional da Prefeitura também põe em risco espécies em extinção, nascentes, e a própria Mata Atlântica, num terreno que pertence a APA (Área de Preservação Ambiental). O governo municipal
desapropriou a área, chamada Hípica, sem antes realizar qualquer estudo técnico junto aos órgãos fiscalizadores. Preocupada com a preservação do cinturão verde que cerca o bairro, a nossa Associação dos Moradores do Bairro Quarteirão Italiano (AMBQI) solicitou um laudo técnico ao Instituto Chico Mendes (ICM-Bio), órgão que trabalha junto ao IBAMA.

O laudo alerta para os riscos do projeto à fauna da região, inclusive o Mico Leão Dourado, que foi fotografado por técnicos do ICM no bairro. Em outra análise do órgão, há a confirmação da presença do pequeno e raro primata na APA Petrópolis.

Laudo condena projeto

Na análise, os técnicos daICMBio afirmam que “a manifestação da
APA tem como objetivo alertar sobre a inviabilidade da construção de
um conjunto habitacional em Zona de Proteção do Patrimônio Natural –
Preservação (ZPP3) e Zona de Recuperação Ambiental (ZRN2) e que a
“unidade cabe o poder de fiscalização e medidas administrativas no
sentido de impedir dano ambiental irreversível”. O laudo do INEA
(Instituto Estadual do Ambiente) também considera inviável o projeto e
alerta para os riscos da obra nesta área de preservação.

Denúncia ao MPF

Na reunião no MPF, o chefe da APA Petrópolis, Sérgio de Siqueira
Bertoche confirmou o laudo comprovando a inviabilidade do projeto
habitacional. O MPF solicitou um terceiro laudo, desta a vez ao
Parnaso (Parque Nacional da Serra dos órgãos), que também condena o
projeto habitacional na APA, citando as leis federais que protegem o
meio ambiente.

Para surpresa e indignação dos moradores, no MPF, a Prefeitura de
Petrópolis reivindicou outro laudo, da própria APA Petrópolis e do
INEA, o que para a Associação de Moradores é inaceitável.

Possuímos três laudos;  ICMBio, INEA e PARNASO condenando
qualquer projeto habitacional na área da Hípica, considerando a obra
no local inviável e afirmando que qualquer construção no local
representa uma ameaça real à fauna e à flora da Mata Atlântica,
inclusive ao Mico Le]ao Dourado.

Na última reunião no MPF, foi solicitado pela procuradora novos
laudos ao ICMBio e ao INEA. Não faz sentido um novo laudo das mesmas
instituições fiscalizadoras sobre o mesmo terreno e processo. Nós
moradores do bairro, estamos tranquilos e confiantes porque a ICMBIO /
APA Petrópolis e o INEA não poderão rejeitar seus próprios laudos que
temos em mãos e rasgarem as leis federais que tratam da defesa do meio
ambiente.

Temos consciência das dificuldades e sabemos que tais
empreendimentos possuem interesses políticos, financeiros, e grandes
empreiteiras, mas confiamos na verdade dos laudos que inviabilizam o
projeto habitacional nesta importante APA.

Diante do relato acima, contamos com o apoio desta ONG e de todos
que defendem o meio ambiente, a sustentabilidade e a qualidade de vida
que representam a já tão agredida Mata Atlântica brasileira.
Ajudem-nos. Abraços.

Fraternalmente,
Jean

Criação de 13 novas RPPNs na Mata Atlântica da Bahia

[Vejam abaixo que bom exemplo de parceria entre o Ministério Público e entidades da Sociedade Civil., notícia que recebemos do Instituto Água Boa]

“Prezados amigos:

Comemorando o Dia Nacional da Mata Atlântica, tenho a alegria de socializar a informação que assinamos hoje, com a presença do Procurador Geral de Justiça do Estado da Bahia, Dr. Marcio Fahel e do Coordenador do Núcleo Mata Atlântica do Ministério Público, Dr. Yuri Mello, um Convênio para a criação de 13 novas RPPNs na Mata Atlântica da Bahia.

O convênio em questão foi celebrado entre o Instituto Água Boa/Instituto Ynamata e a Fundação Jose Silveira e contará com recursos da Conta Mata Atlântica do Ministério Público.

Assinamos ainda um segundo Convênio que prevê a demarcação de 2.000 hectares de Reservas Legais como estratégia de fortalecimento dos Corredores de Biodiversidade em que atuamos. A renovação desta parceria, constata a assertividade do Programa Floresta Legal.

E prá completar a alegria da data, inauguramos a Base Ambiental do Ministério Público em Valença – BA, que contará com um Promotor para tratar exclusivamente das questões ambientais no Baixo Sul da Bahia.

Viva a Mata Atlântica!!!!!
Jorge Velloso Vianna – Instituto Água Boa – Programa Floresta LegalSubComitê da RBMA – Baixo Sul da Bahia

Restauração da Mata Atlântica (em inglês) por Nicholas Locke, da Reserva Ecológica Guapiaçu (REGUA), aqui Perto

Vejam este excelente vídeo sobre o esforço privado voluntário de restauração da Mata Atlântica protagonizado pelo Nicholas Locke, da Reserva Ecológica Guapiaçu (REGUA), aqui perto, no município de Cachoeira de Macacu.   (vídeo em inglês)

Parte da área é reconhecida como Reserva Particular do Patrimônio Natural, RPPN.