Crescimento em Petrópolis exige investimentos urgentes

(clipping; original: Tribuna de Petrópolis 27/8/17 – por Arthur Vieira)

Um estudo apresentado no Plano Municipal de Gestão de Resíduos Sólidos em 2015, desenvolvido pela empresa Habitat Ecológico, mostra que a Petrópolis deve ganhar mais 15 mil unidades habitacionais nos próximos anos. A projeção, calculada por meio de fórmulas aritméticas baseadas nos dados do IBGE, evidencia a necessidade de investimentos em serviços básicos de infraestrutura como mobilidade, saúde, educação, segurança e saneamento.

Grande parte dessas novas unidades habitacionais já estão em fase de construção. Pelo menos 20 empreendimentos estão em andamento na região dos distritos e somam quase 7 mil unidades, que ficarão prontas em até três anos. Entre os lugares com maior concentração de novas habitações está o Prado, em Corrêas, onde mais de 600 unidades devem ser entregues nos próximos 24 meses,  Toda essa expansão imobiliária fez com que o arquiteto Adriano Gomes, professor e coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estácio de Sá, desenvolvesse com seus alunos um estudo sobre a perspectiva de crescimento da região do Prado. “Pensamos como um todo, seguindo a média de crescimento nacional, e redirecionamos isso para o local, que hoje já conta com novos prédios e tantos outros em construção. Como lidar com esse crescimento? Não são só estradas congestionadas. Temos que ver se há transporte coletivo, sistema de tratamento de esgoto, espaço nas calçadas, sinalização, lazer, comércio empregabilidade, tudo isso deve ser levado em conta”, explicou Adriano.

O projeto, que deve ficar pronto em um mês, tem como principal objetivo apresentar soluções e estratégias para que o crescimento populacional da região ocorra de forma ordenada com a infraestrutura adequada. “Estamos tentando entender o tipo de dinâmica, dentro da lógica de mercado, para essa estrutura funcionar da forma correta. O impacto vai ser grande quanto tudo isso estiver pronto (as novas construções) se não haver investimento. Então o que precisa ser feito? Tem que investir para que a oferta cresça conforme a demanda. E se a demanda cresce, a oferta tem que acompanhar. É a lógica de mercado. Só que de forma rápida. Assim será bom para o comércio e bom para a cidade”, completou.

Na rua a preocupação também é grande. Os primeiros sinais de crescimento desordenado já são sentidos diariamente pelos petropolitanos: os longos e frequentes congestionamentos. Quem mora em Corrêas e trabalha no Centro sofre para chegar e sair do serviço. São mais de duas horas de viagem para ir e voltar. Isso sem contar os problemas enfrentados por quem utiliza o transporte público, como atrasos e viagens suprimidas. O aposentado Valdir Vergette, que mora na Quinta do Lago disse esses são os sinais do progresso. “Moro aqui há 40 anos, e hoje estou vendo coisas que nunca tinha visto. Prédios subindo a todo vapor, obras acontecendo.

Mais empregos na construção civil, mesmo com essa crise. Meu genro é um. Ele foi contratado para fazer esse prédio aqui, no Montreal. É o progresso. A cidade está crescendo e agora só falta fazer com que os serviços cresçam também”, opinou. Para ele, a grande preocupação, pior do que a explosão imobiliária sem a estrutura adequada, são as construções irregulares. “O que me preocupa são essas casas em morro, penduradas no barranco. Porque aqui quando chove é complicado. E se a população cresce de um jeito ou de outro crescem essas casas em áreas de risco também”, concluiu.

Investimentos e empregabilidade

Além do Prado, que concentra pelo menos seis empreendimentos, Nogueira, Bonsucesso e Itaipava também contarão com novos condomínios nos próximos anos. Grande parte deles às margens da Estrada União e Indústria. E o reflexo desse crescimento já está sendo sentido por quem mora ou passa diariamente pelo local. Não se leva menos de 40 minutos para atravessar Itaipava num dia útil em horário de pico. E esse tempo é ainda maior num fim de semana, quando o distrito se enche de turistas e visitantes.

Os novos empreendimentos, apesar de despertar preocupação já estão trazendo benefícios para a cidade. Além do investimento que passa de R$ 1 bilhão o setor da construção civil sofreu um aumento significativo na demanda. São mais de 3,5 mil empregos diretos gerados, sem contar com as centenas de indiretos. No total são mais de 10 mil famílias empregadas pelo menos nos próximos três anos.

Menos habitantes por casa

As projeções feitas pela Habitat Ecológico, mostram que a tendência para os próximos anos é que as unidades habitacionais sejam ocupadas cada vez por menos pessoas. Isto é, são filhos que deixam a casa da família para morar sozinhos, ou gerações que se casam e se mudam para outra residência, dividindo as famílias: uma tendência crescente que acompanha o desenvolvimento da cidade. De acordo com o estudo, hoje Petrópolis tem uma média de 3 habitantes para casa domicílio. Em dez anos esses números devem cair para 2,85, e para pouco mais de 2 nos próximos 50 anos.

Frota é preocupação

Se é tendência o aumento do número de domicílios, o mesmo deve acontecer com os veículos, caso o transporte público não seja introduzido aos poucos de forma cultural na vida dos cidadãos. Atualmente, Petrópolis é uma das cidades com maior concentração de carros por habitante do país, superando inclusive a capital do Estado. Com pouco mais de 295 mil habitantes, a cidade tem mais de 164 mil veículos, o que dá uma média de 1,7 habitante para veículo. No Rio a média é de 2 habitantes para cada veículo, o que mostra o quanto o percentual de carros nas ruas de Petrópolis é maior, tendo em vista também que as ruas são estreitas e a malha viária é bem menor do que na capital. Portanto, é necessário tanto investimento nas vias como também no transporte público, para que a população se sinta confortável em viajar de ônibus ao invés de sair de carro.

Complexo Hoteleiro pode causar Ocupação Desordenada em Secretário, diz Instituto Civis

Criado em Terça, 02 Junho 2015 09:44 – Tribuna

http://www.tribunadepetropolis.net/Tribuna/index.php/cidade/18098-complexo-hoteleiro-pode-causar-ocupacao-desordenada-em-secretario-diz-instituto.html

Para o início das obras, falta a concessão da Licença de Instalação (LI), que depende da aprovação de todos os projetos executivos, dos programas de monitoramento entregues pelo empreendedor .

Ocupação desordenada, engarrafamentos e impacto negativo na qualidade de vida dos moradores de Secretário são algumas das preocupações do coordenador do Instituto Civis, Mauro Correa, com relação ao mega empreendimento que deverá se instalar na região nos próximos 30 anos. Para ele, o bairro não tem infraestrutura necessária para comportar o Complexo Esportivo, Hoteleiro e Residencial que deverá ocupar uma área de 11 km².

Na semana passada, a Comissão Estadual de Controle Ambiental (Ceca) concedeu a Licença Prévia para os empreendedores. Para o início das obras, falta a concessão da Licença de Instalação (LI), que depende da aprovação de todos os projetos executivos, dos programas de monitoramento entregues pelo empreendedor e da comprovação de cumprimento de compensações ambientais.

Desde que o projeto foi anunciado, o Instituto Civis está acompanhando as notícias acerca dele. Para Mauro Corrêa, o empreendimento vai causar um grande transtorno à população local, com impacto na qualidade de vida de quem vive ali. Ele lembrou ainda que a região é carente de infraestrutura, como abastecimento de água e instalação de rede de esgoto.

Outra preocupação para o coordenador é com relação à ocupação desordenada, consequência da mão de obra que deverá ser contratada pelo empreendimento. “Sabemos de antemão que acontecerão dois tipos de contratações: a primeira da mão de obra especializada, que provavelmente virá de fora, e a segunda de pessoas com menos escolaridade que construirão sub moradias na região para ficarem mais próximas do trabalho”, comentou ele, acrescentando que o bairro será supervalorizado com a instalação do Complexo.

A área residencial dentro do empreendimento também causará transtornos de acordo com Mauro Corrêa. Um deles com relação à mobilidade urbana. Com a instalação do condomínio vai aumentar número de pessoas e carros circulando dentro do bairro. “O Conselho Permanente de Revisão da Lei de Uso, Parcelamento e Ocupação do Solo (Coperlupos), quando aprova um empreendimento como esse, não leva em conta o impacto que ele causará para a cidade ao longo desse 30 anos de sua implantação

É preciso que a população se mobilize para saber o que ela ganha com isso”, ressaltou ele, destacando que a construção do Complexo representa criação de um novo bairro dentro do município.

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Nogueira pede Regras para o Crescimento Imobiliário

Em resposta à preocupação de moradores de Nogueira com o aumento no número de construções de empreendimentos imobiliários no bairro e com os impactos no trânsito por conta do crescimento, o presidente da Câmara de Vereadores, Paulo Igor (PMDB), orientou que a Comissão de Planejamento,Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo, Política Agrícola, Política Urbanística e Habitação acompanhe de perto a situação. Paulo Igor encaminhará ainda ofícios aos órgãos públicos competentes cobrando a elaboração de um plano de mobilidade para o bairro e pedindo informações sobre os licenciamentos das obras em andamento.

“Se todos eles estão devidamente licenciados junto ao município, é preciso que a prefeitura apresente aos moradores o planejamento de mobilidade elaborado para o bairro”, aponta Paulo Igor. O assunto foi debatido durante a sessão itinerante da Câmara de Vereadores, realizada na noite de terça-feira, na paróquia de Santo Antônio e Santo Agostinho.

“Vemos as construções de prédios se multiplicando em Nogueira,mas ninguém fala sobre o que vai acontecer depois. O que vai acontecer quando todas estas unidades estiverem ocupadas? Se não houver planejamento, o trânsito, por exemplo, ficará inviável, será um caos”, apontou João Alberto, que há 12 anos mora em Nogueira e faz parte da diretoria da Associação de Moradores do bairro.

Indicações para a pavimentação de vias secundárias apresentadas por moradores, como a Rua Dr. Biná, no Calembe, e as Ruas Minas Gerais e Milton de Carvalho, em Nogueira foram aprovadas pelos vereadores durante a sessão plenária e serão encaminhadas ao Executivo.

Lideranças comunitárias apresentaram ainda reivindicações como a instalação de um posto de saúde e a necessidade de uma área de lazer para os moradores. “Hoje temos apenas o posto de saúde de Águas Lindas, mas ele não dá conta da demanda. Precisamos de um posto em Nogueira”, reivindica o presidente da Associação de Moradores, Tarcísio Bandeira. “Outro problema que temos aqui é a falta de uma área de lazer para os moradores. Há muito tempo reivindicamos a construção de uma quadra poliesportiva”, completa o presidente da Associação de Moradores de Águas Lindas, Carlos Eduardo França.

A plenária reuniu mais de 100 moradores da região. “Para nós é muito importante que o bairro receba esta atenção. A Câmara está de parabéns por esta iniciativa”, diz o presidente da Associação de Moradores do Calembe, Esmeraldino Teixeira de Abreu.

“A proposta do projeto “Câmara na Comunidade” é de aproximar o Legislativo da população e levar ao Executivo as demandas apresentadas. Todas as reivindicações apresentadas durante a plenária serão encaminhadas as autoridades competentes”, assegura Paulo Igor lembrando que a indicação para que a sessão itinerante fosse levada ao bairro Nogueira, foi do vereador Thiago Damaceno.

Moradores propõem criação de jardim botânico no bairro

A degradação do lago de Nogueira também esteve n pauta da sessão itinerante da Câmara. A criação de um jar dimbotânico, especializado e flores ameaçadas de extinção como alternativa para recuperar uma área de aterro de 20 mil metros quadrados no lago, fo uma das propostas apresentadas por uma comissão formada por moradores do bairro.

clipping http://www.tribunadepetropolis.net/Tribuna/index.php/class/17512-nogueira-pede-regras-para-o-crescimento-imobiliario.html (Tribuna de Petrópolis)