Serra da Estrela – 1a. Reunião para Formação do Conselho Consultivo – Terça 18 setembro

Refúgio de Vida Silvestre Estadual da
SERRA DA ESTRELA

Primeira Reunião para Formação do Conselho Consultivo

Terça-feira, 18 de Setembro das 9 às 13 horas.

OBJETIVO :

  • Iniciar a formação do conselho consultivo do REVISEST.
  • Apresentar os pressupostos legais e administrativos para a gestão participativa
    na Unidade de Conservação (UC).
  • Realizar o Diagnóstico Rápido Participativo – DRP para a área da UC e seu entorno.

Local: Auditório do prédio anexo da FMP/FASE
Endereço: Av. Barão do Rio Branco, 1003 – Centro, Petrópolis – RJ (estacionamento privativo no local)

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Estrada (União e Indústria) continua sem contrato de manutenção

NovAmosanta alerta para o abandono da União Indústria, principal via de mobilidade de Petrópolis.
Em artigo na Tribuna , a NovAmosanta, que vem acompanhando o assunto União Indústria, tem alertado que o municipio vem perdendo enorme oportunidade de melhorar sua mobilidade sem precisar investir 40 milhões . “O DNIT está condenado e tem que recuperar a via mas isso já dura dez anos, precisamos de uma ação coordenada para destravar a situação”, afirma o presidente Jorge de Botton.
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(da Tribuna de Petrópolis, domingo 5 de agosto de 2018)

JANAINA DO CARMO
Redação Tribuna

A Estrada União e Indústria está há oito meses sem contrato de manutenção. O último terminou em dezembro de ano passado e, até o momento, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), responsável pela via, não realizou uma nova licitação para a contratação da empresa que ficará responsável pelo serviço. A Tribuna questionou o órgão sobre a realização de uma nova concorrência, mas até o fechamento desta edição não obtivemos nenhuma resposta.

Em estado de completo abandono, o asfalto já não existe em Pedro do Rio. (foto Tribuna)
Em estado de completo abandono, o asfalto já não existe em Pedro do Rio. (foto Tribuna)

Enquanto o processo licitatório não é realizado, a estrada que é o principal acesso aos distritos, sofre com a falta de cuidados. Quem precisa passar diariamente pela União e Indústria tem que enfrentar uma pista com buracos, desníveis, falta de calçadas, má sinalização, mato e construções irregulares.

Com 144 km de extensão, a União e Indústria foi a primeira rodovia macadamizada da América Latina (processo de pavimentação pré-asfáltico, que envolvia o assentamento de sucessivas camadas de pedras e saibro, compactadas por rolo compressor) e completou em junho 157 anos de fundação. Por muitos anos, a estrada foi a única opção de acesso de quem vinha do Rio de Janeiro em direção a outros Estados, como Minas Gerais e Brasília, por exemplo.

“O que vemos hoje é um total abandono da estrada. Em diversos trechos, principalmente em Pedro do Rio o asfalto já não existe Estrada continua sem contrato de manutenção mais e as ocupações irregulares que desrespeitam o afastamento legal da margem da via preocupam”, lamentou o presidente da NovAmonsanta, Jorge de Button.

Originalmente a União e Indústria começava próximo a Casa Barão de Mauá e seguia até o distrito da Posse. Atualmente, dois trechos da estrada ganharam novos nomes: Barão do Rio Branco (que segue até a 105ª Delegacia, no Retiro) e Hermogênio Silva (que começa depois da delegacia até próximo ao Hotel Riverside). Com a mudança, a União e Indústria passou a compreender cerca de 25 quilômetros, entre o Retiro até a Posse. “

Do Retiro a Pedro do Rio o trecho é de responsabilidade do Dnit e de Pedro do Rio até a Posse, quem deve se responsabilizar é o DER. Mas, infelizmente, não há nenhum cuidado dos dois órgãos com a estrada. O contrato de manutenção do trecho de responsabilidade do Dnit terminou no ano passado e não houve nenhuma movimentação por parte do órgão em iniciar um novo processo”, disse Jorge de Button.

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As calçadas em Corrêas estão tomadas pelo mato, um perigo para pedestres. (foto Tribuna)

Além do contrato de manutenção, o Dnit também não tem prazo para a realização da licitação para contratação da empresa que fará a recuperação e drenagem da União e Indústria. A obra deveria ter começado em 2015, quando o órgão concluiu um processo licitatório, no entanto, na época, a empresa vencedora desistiu do contrato. Desde então, o Dnit não realizou uma nova licitação. “

Com a desistência da empresa, o projeto ficou parado e com o passar dos anos, houve a necessidade de se refazer este projeto. Essa atualização já está em fase final de conclusão”, explicou Jorge de Button. Em nota, o Departamento Nacional confirmou que está finalizando a atualização do documento, mas não deu nenhuma data para o início da licitação.

Esse trabalho de atualização começou a ser feito pelo Dnit no ano passado e de acordo com uma determinação do Ministério Público Federal (MPF) deveria ser supervisionado por um grupo de trabalho (GT) formado por integrantes da Prefeitura. O objetivo era apresentar propostas que melhorassem a mobilidade urbana em vários trechos da União e Indústria. “

É preciso que esse grupo participe das reuniões e não sei se isto está acontecendo. Quando a atualização for finalizada não haverá outra chance de incorporar propostas que vão melhorar a mobilidade urbana. Existem projetos na Prefeitura que são realmente importantes e que precisam ser apresentados e incorporados no projeto final de recuperação da União e Indústria. Não podemos perder essa oportunidade”, ressaltou o presidente da Novamonsanta.

Entre os projetos, citados por ele está a criação de rotatórias antes da entrada da Ponte de Corrêas e também no acesso a Nogueira. “Em Nogueira por exemplo, já temos uma construção em andamento bem próximo a rodovia, se a obra continuar, sem nenhuma supervisão, o projeto para criação da rotatória ficará inviável. O grupo de trabalho precisa estar atento a esses detalhes”, comentou Jorge de Button.

Em nota, a Prefeitura informou que mantém o grupo de trabalho e que espera a conclusão do projeto de reforma para apresentar as sugestões de melhorias para a mobilidade urbana na estrada. A Prefeitura ressaltou ainda que vem cobrando do Dnit a manutenção frequente da União e Indústria, e que no início do ano, a Secretaria de Obras aplicou 225 toneladas de asfalto em 12 quilômetros da estrada para reduzir o risco de acidentes.

O processo que condenou o Dnit a recuperar a Estrada União e Indústria completou 10 anos. A ação civil pública foi aberta em 2008 e, um ano depois, a 2ª Vara Federal de Petrópolis aplicou uma multa no valor de R$ 14 milhões pelo descumprimento por parte do Dnit em apresentar o projeto de recuperação.

Com a multa milionária, o Dnit vem conseguindo, em uma década, protelar o início das intervenções na estrada. De acordo com a decisão da justiça, após a conclusão dos trabalhos, a via passará a ser de responsabilidade do município.

“Essa obra é um investimento de cerca de R$ 40 milhões e é uma grande oportunidade de melhorar a mobilidade urbana se conseguirmos incorporar no projeto todas as propostas”, Jorge de Button. De acordo com a Prefeitura, passam diariamente pela União e Indústria, cerca de 25 mil veículos.

Não Basta Atrair Turistas

PAULO HANSTED – Empreendedor com formação em Marketing na Universidade da Califórnia

(publicado originalmente na Tribuna de Petrópolis)

Paulo Hansted
Paulo Hansted

Há alguns anos, quando a banda larga e os smartphones ainda engatinhavam no Brasil, fui chamado por uma grande empresa de telefonia móvel para participar de um desafio para o qual ninguém tinha uma resposta. O desafio envolvia o governo de Santa Catarina e algumas de suas mais lindas e festejadas cidades, Florianópolis, Balneário Camboriú, Blumenau e Joinville. Como introdução sabia apenas que a missão girava em torno uma inquietação do governador com o tema turismo. Sendo um razoável conhecedor do quanto é difícil fazer turismo em nosso país, imaginei que a pauta envolveria a ambição de se atrair um maior número de visitantes para a região.

Os investimentos na área de turismo no Brasil são pífios, se comparados até mesmo com países vizinhos. Enquanto Colômbia e Equador, investem algo em torno de US$ 100 milhões por ano, por aqui os investimentos não chegam à casa do US$ 20 milhões. Não fica difícil compreender porque ocupamos apenas a 7ª posição no ranking de países mais visitados na América, e não figuramos entre os 50 destinos que mais atraem turistas no mundo.

No entanto, Santa Catarina possuía três cidades entre as 10 mais visitadas por estrangeiros no país em 2016. Florianópolis, Bombinhas e Balneário Camboriú, ocupam a respectivamente a segunda, sexta e oitava posições no ranking. Por conta disto, e somando-se ainda a força da região na atração do turismo interno, o então governador Luiz Henrique da Silveira expôs um cenário ainda mais complexo e surpreendente, que nos fez compreender sua inquietação. Ele dizia que o desafio de Santa Catarina não era o de atrair mais turistas e sim o de dinamizar o valor econômico gerado pelos turistas.

Sim, a questão é simples de se compreender e não é uma particularidade de Santa Catarina. Estados e municípios fazem de tudo para atrair visitantes, no entanto a falta de estrutura de suporte e orientação adequados, fazem com que estas pessoas que chegam acabem por interagir pouco com as cidades. No raciocínio lógico do governador, um turista que por ausência informação organizada e disponibilizada na hora e da forma correta, visite hipoteticamente cinco destinos na cidade, vai deixar recursos, dinheiro para ser mais claro, restrito ao universo limitado de ambientes com o qual interagiu.

Do contrário, se a estrutura de acesso a informação sobre o que pode fazer na cidade for farta e disponibilizada da forma adequada, os estímulos para interagir com mais locais se multiplicam. Desta forma, visitando mais lugares, se envolvendo mais com tudo o que a cidade pode oferecer, este mesmo turista consome mais, gasta mais e por conta disto, movimenta mais a economia, deixa mais recursos na região.

Segundo a Santur (Secretaria de Turismo do Estado de Santa Catarina), em um período de temporada o Estado recebe algo em torno de 5 milhões de visitantes, que permanecem um tempo médio de 4 dias na região e movimentam um ticket médio na casa de R$ 300 durante a permanência, um valor muito baixo, reflexo da ausência de mecanismos de inteligência e suporte. Se há 5 anos, os mecanismos para dinamizar de forma coordenada as ambições do governador eram ainda um tanto escassos, com a popularização e disseminação da banda larga e das plataformas digitais, não há mais justificativa para não se reorganizar esta equação. Com um investimento coordenado, soluções multiplataforma especificamente desenvolvidas para este fim, podem transformar cidades analógicas em cidades interativas. Onde quer que esteja, da forma que preferir, o turista pode ter acesso a um pacote de informações e estímulos que vai estreitar a relação de engajamento com tudo o que a cidade oferece.

Na web, onde as pessoas tendem a ter menos pressa, o usuário pode estabelecer os primeiros contatos com a região e suas atrações. Dinâmica essencial até para se planejar e decidir pelo destino. No mobile, quando já no local, o turista pode consultar e receber estímulos personalizados de atrações por perfil, distância, gênero, a cidade na palma da mão. Através de códigos bidimensionais aplicados a atrações turísticas e fazendo uso do celular, pode-se acessar vídeos, textos e fotos que vão enriquecer a experiência do visitante.

Como resultado, mais turistas vindo, mais turistas indo e compartilhando suas impressões positivas, mais dinheiro circulando, gerando empregos e desenvolvimento para a região. Quem ganha com isto? Os turistas, o comércio e o próprio cidadão. Estimamos que a adoção do sistema de cidades interativas na região, possa não somente aumentar o tempo de permanência, mas acima de tudo dinamizar o valor econômico gerado pelo turista, podendo mais do que dobrar o ticket médio de consumo.

A ambição do governador estava certa, de nada vale atrair mais turistas, se antes não se oferecer a estrutura de suporte necessária para estimular o engajamento. Ao empoderarmos o turista, a cadeia de benefícios tende a ser exponencial e o poder de conversão de valor passa a traduzir efeitos determinantemente superiores aos custos e energia necessários para atrair ainda mais visitantes.