Petrópolis – Os Desafios do Futuro – Parte 1

por Fernando Varella – Economista e Vice-Presidente da NovAmosanta
[publicado na Tribuna de Petrópolis em 21/10/2016]

Desde quando ocupei o cargo de Secretário de Fazenda, da Prefeitura de Petrópolis, na primeira gestão do prefeito Paulo Gratacós, tenho a curiosidade de acompanhar a posição da nossa cidade, nos diversos rankings dos municípios brasileiros. Nos anos 60,  o Ministério do Interior situava o município entre os 50 mais desenvolvidos do país, fora as capitais. Do mesmo modo, na mesma época, Petrópolis fazia parte da lista das 20 maiores prefeituras do país, em arrecadação, fora as capitais Já na década de 80, o  município integrava o rol dos 50 municípios mais importantes, em termos de PIB, segundo dados do Ministério do Planejamento.

De acordo com o IFDM – Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal, ranking criado em 2005, pela FIRJAN-Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, para avaliar o desenvolvimento dos municípios brasileiros, Petrópolis ocupava em 2011, a 362a. colocação no país, com o índice de 0,7961,. Em 2012, a nossa colocação caiu muito, descendo para a 463º. lugar, com o índice de 0,7940. No ano seguinte, 2013, o índice de Petrópolis caiu novamente, para 0,7904, com o  município descendo para 531ª. colocação. O IFDM tem como base de avaliação, a performance dos municípios na geração de emprego e renda, na saúde e na educação. Segundo a Firjan, a nossa colocação tem caído, principalmente, em função da geração de emprego e renda.

O posicionamento de Petrópolis na 531º. lugar entre os municípios do país, não é uma posição honrosa, muito pelo contrário. O município tem avançado no seu desenvolvimento, mas a verdade é que muitos outros municípios têm avançado muito mais. Para tanto, basta compararmos os índices da nossa cidade com os de muitos municípios de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, estados que abrigam a maioria dos 500 municípios melhor colocados na pesquisa da Firjan. A cultura da nossa administração municipal não é de olhar para o desempenho dos outros municípios, assimilando experiências exitosas, mas, sim, de ficar, se auto-elogiando pelos supostos grandes resultados locais alcançados. Malgrado, as iniciativas desburocratizantes e de desoneração tributária da atual administração, as quais induziram a criação e/ou legalização de um número expressivo de empresas, essas medidas não foram suficientes para resolver o problema do grande número de desempregados no município, nem para reter, na região, os milhares de jovens que a cada ano, deixam a cidade em busca de melhores oportunidades e da realização de seus sonhos de vida. Acresce, ainda, que se não fosse computada a fortíssima participação da GE/Celma no PIB de Petrópolis, as estatísticas revelariam uma forte queda na geração de bens e serviços produzidos pela economia do município, nos últimos anos.

São várias as razões do forte desenvolvimento de muitos municípios brasileiros. A principal é o uso da criatividade na busca de instrumentos inovadores, na geração de receitas e na realização de investimentos em parceria com outros níveis de governo e com o setor privado. Algumas administrações municipais resolveram apostar na utilização das ferramentas tecnológicas, na busca de um novo modelo de desenvolvimento, tal como difundido pela ANPROTEC, a associação nacional de polos e parques tecnológicos, através do programa Empreendedorismo Inovador, bem como no estímulo à criação de polos tecnológicos. É o caso de Jundiaí, São José dos Campos, Londrina, Uberlândia, Caxias do Sul, Santa Rita do Sapucaí, Campina Grande, Blumenau, Juiz de Fora, São Carlos, Ribeirão Preto, Joinville, Novo Hamburgo, entre outros municípios que conseguiram expressivo crescimento no seu PIB.

IFDM: http://www.firjan.com.br/ifdm/
AnproTec: http://anprotec.org.br/site/

Novo Prefeito eleito fala de Projetos para seu Futuro Governo – NovAmosanta Colaborará

[do diário de Petrópolis – http://diariodepetropolis.com.br/Integra/novo-prefeito-eleito-fala-de-projetos-para-seu-futuro-governo-103438]

Prefeito eleito no último domingo (30) concedeu entrevista coletiva e anunciou que vai reduzir secretarias e cargos

Rômulo Barroso – romulobarroso@diariodepetropolis.com.br

Um dia após ser eleito como novo prefeito de Petrópolis a partir de 2017, Bernardo Rossi concedeu entrevista coletiva de quase uma hora. Ele comentou sobre diversos pontos, como a montagem do secretariado, a transição de governo, o planejamento do trabalho, entre outros temas. O peemedebista afirmou que fará uma reforma administrativa para o início do governo, com redução de secretarias e corte de cargos comissionados. Apesar disso, não deu detalhes sobre o tamanho do enxugamento da máquina.
– Nossa prioridade é enxugar a máquina. Nossa prioridade é que o orçamento caiba na máquina. Mais do que o número grande de secretarias, elas têm é que funcionar. A gente vem conversando com diversas áreas, com diversos segmentos e ouve: “poxa, tem a secretaria, mas ela não funciona”. A prioridade hoje é ter uma diminuição. A gente está trabalhando isso, mas estou afirmando que vai ter diminuição. Ainda não temos aqui como falar como vai ser – disse Bernardo Rossi.

Entrevista Bernardo Rossi

Bernardo Rossi ainda não definiu outros nomes para a montagem do secretariado, mas disse que buscará “as pessoas mais técnicas da área possíveis” e que cobrará resultados. No domingo, pouco depois do encerramento da apuração dos votos, ele disse que convidou o presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sicomércio), Marcelo Fiorini, para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, e o presidente da Câmara, Paulo Igor – sem indicar qual pasta.

– Não tenho todos os nomes, ainda vou discutir. Não estou escondendo, ainda vou discutir, sim. Vou tentar buscar as pessoas mais técnicas da área possíveis, que a gente possa confiar, pessoas que deem resultado. Não deu, vai ser assim com o Paulo Igor, com o Fiorini, vou dizer: “muito obrigado, mas a cidade em primeiro lugar” – comentou.

“Não existe revanchismo, agora é o momento de unificar a cidade, de ajudar Petrópolis. Eu não tenho dúvidas de que eles vão nos ajudar na transição” Bernardo Rossi – novo prefeito de Petrópolis.”

Segundo Bernardo, ele e aliados devem ir à Brasília (DF) entre essa e a próxima semana para articular com deputados de partidos da base do peemedebista para pedir emendas parlamentares para Petrópolis.
– Pela manhã estive com o Paulo Igor, com o Maurinho (Branco) e com o Baninho (vice dele) trabalhando já com alguns deputados federais emendas parlamentares, pois será aberta agora a temporada de recursos de emendas. A gente já está se organizando para ir quinta-feira, no máximo terça a Brasília – informou. Ele citou o caso de recursos do orçamento da União que foram destinados a Petrópolis e acabaram não aplicados.
Nesse momento, a montagem será feita em cima da formação de dois grupos: um para tratar de questões emergenciais e outro para o planejamento da cidade em longo prazo.

– Nós vamos dividir em duas equipes. A equipe emergencial vai tratar das questões de capina, coleta de lixo, merenda escolar, remédio. Mas se você só fica nisso, você esquece de planejar a cidade. E aí vamos chamar gente, como, por exemplo, NovAmosanta, para estar nesse núcleo. É um exemplo de pessoas e instituições que querem contribuir e têm boas ideias para planejar a cidade, pensar a cidade daqui a 15, 20 anos, bem depois do Bernardo prefeito. Petrópolis está carente desse planejamento para a cidade – afirmou.

Transição e início de governo

O novo prefeito evitou disparar críticas ao atual chefe do Executivo, mas também não fez elogios. O peemedebista disse vai manter o que está funcionando, mas não citou exemplos. De acordo com ele, esse é o momento de unificar a cidade após uma disputa tão acirrada.

– O que está funcionando, nós vamos fazer questão de melhorar e ampliar. Acabou essa eleição. Zerou. Eu vou ligar daqui a pouco, mais um ou dois dias, para o prefeito. Esquece, não existe revanchismo, agora é o momento de unificar a cidade, de ajudar Petrópolis. Eu não tenho dúvidas de que eles vão nos ajudar na transição, vão abrir os números – declarou. Segundo ele, o processo de transição já teve início ao procurar servidores municipais que ajudaram a montar o plano de governo.

Sobre o início do mandato, ele ressaltou que o plano de governo prevê ações que para os 100 primeiros dias, para o primeiro ano e para todo o mandato. Mas destacou o que espera conseguir fazer logo em 2017.
– A nossa perspectiva, no momento curto, é cumprir compromissos, por exemplo, na área de saúde, reabertura da emergência do Hospital Alcides Carneiro, a unidade de pronto atendimento 24 horas em Itaipava; na educação, cumprir com o servidor, implantar, com outras secretarias, o ensino integral nas escolas; na questão da geração de empregos, é trazer mesmo empresas para a cidade, utilizar o governo do estado para trazer para cá empresas de tecnologia junto com o secretário (Gustavo) Tutuca, que já disse que vai direcionar, fora a capital, que Petrópolis seja o destino – falou.

– Não tem como no período de quatro anos a gente não transformar o turismo da nossa cidade. Só não faz se não quiser. Acredito muito que, com a articulação política que eu tenho, esses recursos federais de mobilidade urbana nós vamos conseguir fazer novamente. Vai ser um legado fazer o trevo de Bonsucesso, a ponte do Arranha-Céu, Ponte Fones, Duas Pontes. Se eu não fizer a ligação Bingen-Quitandinha, o Baninho morre – brincou Rossi.

[grifos NovAmosanta]