TRIUNFO PARTICIPAÇÕES – Buraco nas Contas, Cratera na BR-040

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De acordo  com informações obtidas de seu site, a Triunfo, listada no Novo Mercado (NM), o mais alto nível de Governança Corporativa da Bolsa de Valores (B3), foi uma das primeiras empresas a assumir a concessão de uma rodovia no país, em 1995 e atualmente figura como uma das empresas de maior expressão nesse segmento, tanto em número de quilômetros administrados, quanto em receita e volume de tráfego. Nesse setor, a Companhia administra cinco concessionárias de rodovias: a Econorte, no Paraná, a Concepa, no Rio Grande do Sul, a Concer, no Rio de Janeiro e Minas Gerais, a Concebra, no Distrito Federal, Minas Gerais e Goiás, e a Transbrasiliana, em São Paulo entre as divisas de Minas Gerais e Paraná.

Desde Jul/2017 a Triunfo enfrenta um processo de Recuperação Extrajudicial, cujos principais documentos relacionados da Companhia e de suas controladas referidas podem ser acessados por meio do link: Recuperação Extrajudicial.

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De 2012 a 2016, a Triunfo teve um desempenho fraco em termos econômico-financeiros, em especial de 2015 para 2016, com quedas expressivas de ativos e patrimônio, receita, geração de caixa medida pelo EBITDA e resultado líquido que em 2016 ficou negativo em R$ 335 milhões. Em 2016 sua dívida líquida estava em R$ 3,8 bilhões, representando 5,4 vezes sua capacidade de geração de caixa. Os prejuízos de 2013, 2014 e 2016 deterioraram o retorno do acionista (ROE) que na média ficou abaixo de zero.

Em período mais recente, o desempenho da companhia ainda deixa a desejar, pois seus principais indicadores tiveram reduções nos primeiros nove meses de 2017 quando comparados com igual período de 2016: queda de ativos (12%), redução expressiva de patrimônio líquido (56%) e receita praticamente estável. De acordo com o balanço dos 9M2017, o EBITDA ficou negativo em R$ 201 milhões, o prejuízo atingiu R$ 834 milhões, mantendo a dívida líquida do fim de 2016, R$ 3,8 bilhões, agravada pelo caixa negativo. A situação é dramática porque enquanto a dívida cresce a geração de caixa decresce, dificultando seu equacionamento.

A Triunfo perdeu cerca de 68% de seu valor de mercado do fim de 2012 até… [continue lendo aqui (precisa cadatramento rápido)]

 

Luiz Guilherme Dias
Equipe SABE – Inteligência em Ações da Bolsa

(Luiz Guilherme Dias é Diretor na NovAmosanta)

 

 

BR-040 – O Impasse – parte III

Fernando Varella
Economista e Vice-Presidente da NovAmosanta

Publicado na Tribuna de Petrópolis em 01/04/2017

Nas duas primeiras partes deste artigo, comentamos a importância da BR-040, uma rodovia estratégica para  a região Sudeste e para Petrópolis, pelo seu impacto na vida econômica e social do município. Também, registramos o fato de que as obras da nova subida da Serra terem ficado por último no cronograma de investimentos da Concer e, mesmo assim, estão paralisadas há mais de um ano, juntamente com más condições de conservação das duas pistas da Serra.

Essa situação é responsável por graves prejuízos para Petrópolis, impactando a atividade turística, o comércio e a indústria e, ainda, o movimento das pessoas que tem residência de lazer em Itaipava e na região dos Distritos. Por isso, identificamos uma sequência de injustiças, derivadas desses fatos, para com o nosso município. Primeiro, porque os moradores de Duque de Caxias não pagam pedágio. Se pagassem, mesmo em valores menores, a receita do pedágio aumentaria e a tarifa poderia ser menor. Outra injustiça é o fato de que a Prefeitura caxiense recebe parte da cobrança do ISS sobre o pedágio, embora seus moradores não contribuam para essa receita. Essa situação indica, claramente, a força da Prefeitura de Caxias e da representação política daquele município, na defesa dos interesses da população local.

Acresce, ainda, que os problemas com os trechos da Serra de Petrópolis e a não conclusão das obras da nova subida causam problemas, também, para o transporte de cargas e passageiros. Por outro lado, a deterioração das obras já realizadas, expostas ao tempo, vai determinar custos adicionais na conclusão das mesmas obras.

Por outro lado, temos de registrar o desinteresse da administração municipal de Petrópolis, até recentemente, nos assuntos que envolvem a BR-040, diferentemente do que acontece com a Prefeitura e os políticos de Caxias. Um bom exemplo é a participação da Prefeitura de Petrópolis nas reuniões do GPT – Grupo Paritário de Trabalho, convocado pela ANTT, para avaliação permanente da qualidade da concessão e o desempenho da concessionária da BR-040.  Nos últimos 30 meses de reuniões, de 2014 a 2016, foram raras as presenças, embora sempre convidados, de representantes da administração municipal de Petrópolis para discutir os assuntos ligados à rodovia, bem como os problemas atinentes à construção da nova subida da Serra, à manutenção das duas pistas da Serra e a criação de uma estrada-parque na atual subida da Serra, depois de concluída a nova subida, como se a BR-040 não fosse importante para o município.

Do mesmo modo, assuntos como o elevado valor do pedágio cobrado, especialmente, o aumento em função das obras de mudança de local da praça de pedágio na Baixada e, até mesmo, a paralisação das obras da nova subida da Serra, jamais receberam críticas e/ou maior atenção por parte da Prefeitura de Petrópolis, isto nos últimos anos. É certo que a nova administração municipal, liderada pelo prefeito Bernardo Rossi, tem demostrado preocupação com a situação da BR-040, tendo, inclusive, priorizado a implantação imediata da ligação Bingen-Quitandinha, obra importante para desafogar o sistema viário da área central da cidade, pela ligação direta de duas regiões importantes do 1º. Distrito. Esse trecho, pelo cronograma das obras da nova subida da Serra, só seria implantado após a conclusão da nova subida.

Contudo, tão importante quanto a ligação Bingen-Quitandinha, serão as consequências da mudança da principal entrada da cidade, deixando de ser via Quitandinha, para ser a região da Duarte Silveira/Bingen. O sistema viário desses últimos bairros não está preparado para receber um forte fluxo adicional de tráfego. Quando da elaboração dos estudos e projetos da nova subida da Serra, por parte da Concer e da ANTT, a Prefeitura de Petrópolis não foi ouvida, nem teve qualquer participação nesses trabalhos, sem que houvesse qualquer maior empenho nessa tarefa por parte do Prefeito. Em função disso, a administração municipal não teve oportunidade de sugerir opções, bem como obter recursos do Ministério dos Transportes para poder adequar o sistema viário naquela região, às mudanças na entrada e na saída do município, determinadas pela nova subida da Serra.

Em função dessa gama de problemas, atualmente, o pior dos mundos para Petrópolis é a paralisação das obras da nova subida, bem como o mal estado de conservação das duas pistas da Serra.

Ver http://www.novamosanta.org.br/2017/03/27/br-040-o-impasse-parte-ii/

CONSULTA PÚBLICA (31/3/17): Criação de Refúgio de Vida Silvestre Estadual

CONSULTA PÚBLICA

Criação de Refúgio de Vida Silvestre Estadual na Serra da Estrela, município de Petrópolis
Estrada de subida da Serra – BR 040
Projeto de Lei n° 3158/2014

31 DE MARÇO DE 2017 (sexta-feira) – 18h
Local: THEATRO DOM PEDRO –  Praça dos Expedicionários s/n°, Centro, Petrópolis – RJ
Mais Informações: (21) 2334-5908 (21) 2332-5515 (21) 2332-5516

Governo do Rio de Janeiro – Secretaria do Ambiente – INEA

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Apoiamos a criação de uma unidade de conservação para garantir a proteção do fragmento de Mata Atlântica que existe na Serra da Estrela, seja pela garantia de conectividade do corredor de biodiversidade da Serra do Mar, essencial para a sobrevivência de de várias espécies da fauna e da flora, algumas ameaçadas de extinção, sobretudo de mamíferos de grande porte. Está sendo proposta a criação de um Refúgio de Vida Silvestre, que é uma unidade de conservação de proteção integral.estrelaparque

Um refúgio é diferente da proposta original que a NovAmosanta estava apoiando (ver outras postagens nesse blog), de um Parque Estadual.

O Refúgio é uma categoria de unidade de conservação cuja legislação  não prevê a necessidade de desapropriação das terras, desde que os proprietários concordem em cumprir o Plano de Manejo que será elaborado pelo órgão gestor da unidade, nesse caso o INEA, e não empreenderem algo que comprometa a conservação da sua floresta.

Uma questão que seria interessante debater na Consulta Pública que está sendo organizada pelo INEA/RJ é como garantir a sustentabilidade econômica dessa unidade após a sua criação.

Os serviços ambientais que a sua floresta presta à sociedade, de produção de água, manutenção de da qualidade do ar e temperatura amena, beleza cênica, entre outros, tem um custo para serem mantidos. Quem paga por esse custo? Certamente, não serão cobertos pelo governo. Sabemos que mesmo antes da atual crise o orçamento do governo não estava garantindo a gestão da conservação da maioria dos milhares de parques existentes no país.

No caso dessa floresta, o serviço ambiental com maior potencial para exploração/cobrança é sua beleza cênica, através do ecoturismo. Nesse contexto, a proposta original da NovAmosanta, previa incluir o trecho da estrada que será desativado quando inaugurassem o túnel na subida, pois consideramos a estrada uma condicionante importante para a exploração do ecoturismo dessa unidade.

Outra condicionante que consideramos importante é a integração da comunidade que vive no entorno dessa futura unidade de conservação na proteção e nas atividades de ecoturismo que serão desenvolvidos. Entendemos que isso garantiria a integridade da floresta e os seus serviços ecossistêmicos, gerando trabalho e renda para a comunidade. O processo de criação da unidade tem que ser feito de forma apontar e reforçar os benefícios para a qualidade de vida e reais oportunidades de negócios dessa futura unidade.

Pela necessidade de se debaterem as questões acima é muito importante a participação dos cidadão de Petrópolis, levando essa visão de sustentabilidade da gestão da unidade.

A NovAmosanta estará presente.

(original Yara Valverde)
Yara Valverde é Gerente Senior Cidades Sustentáveis
na Conservação Internacional
e Consultora da NovAmosanta